O Laboratório da Cidade anuncia o seu primeiro concurso de projetos urbanos voltado para a criação de propostas para a cidade de Belém, no Pará. A iniciativa visa fomentar a participação dos estudantes de Arquitetura e Urbanismo no desenvolvimento de soluções inovadoras para mobiliários urbanos – que englobam elementos como bancos, mesas, lixeiras, paraciclos e bicicletários, itens de playground, entre outros, que atendam às demandas locais. O concurso não apenas desafia a criatividade dos participantes, mas também oferece uma premiação irresistível: o primeiro colocado ganhará um prêmio em dinheiro no valor de 6 mil reais, sendo mil reais para o professor orientador!
Realizado de maneira participativa com a escuta de especialistas e sociedade civil, o concurso visa abordar a dinâmica particular e plural do espaço urbano de Belém, contemplando contextos de suas diversas áreas e territórios. O foco recai sobre questões de acessibilidade, desenho universal, sustentabilidade, adaptação climática, inclusão social e qualidade de vida urbana, entre outros aspectos.
Com os olhares do mundo agora direcionados a Belém e cidades amazônicas devido à 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30), o Laboratório da Cidade agarra a chance de instigar a discussão sobre o futuro da cidade, especialmente diante dos desafios da crise climática, desigualdade socioespacial, e também o debate sobre a carência de projetos urbanos pensados de maneira participativa e adaptados às características únicas das cidades amazônicas.
linha do tempo

calendário do concurso
Início do Concurso (lançamento do edital): 12 de Setembro de 2023
Evento de Promoção e Diálogos: 28 de Setembro de 2023
Período de Inscrições: 12 de Setembro a 7 de Novembro de 2023
Período de Submissões de Projetos: 12 de Setembro a 1 de Dezembro de 2023
Período de Julgamento das propostas: 5 de Dezembro a 11 de Dezembro de 2023
Anúncio dos Vencedores: 15 de Dezembro de 2023
Informações mais detalhadas estão disponíveis no edital do concurso.
Comissão Julgadora:




Confira as propostas vencedoras:
1º lugar: Proposta 04
“’Rios na cidade’ foi o conceito que perpassou as escolhas formais e materiais deste projeto de mobiliário urbano. Belém é rodeada e entrecortada por águas. Um conjunto de muitas e diferentes relações existe, portanto, entre os moradores da capital e as águas da cidade. Não raramente subjugados ao serem aterrados ou canalizados, valorizar os rios, os conhecimentos e os elementos a eles relacionados pode contribuir para colocar em disputa modelos hegemônicos de urbanização que negam a natureza. A modularidade também norteou a concepção projetual do mobiliário. Ao invés de pensarmos em cada item separadamente, procuramos definir elementos que pudessem ser repetidos e combinados de diversos modos para formar diferentes resultados. Conectores metálicos, peças de madeira, ripas e parafusos, formaram dois bancos, um quiosque e, para as crianças brincarem, um escorrega e uma casinha. Propor soluções adequadas às características climáticas da região também foi uma diretriz. Para um lugar quente e úmido o ano inteiro, sem grandes variações de temperatura e com muita chuva, materiais de baixa transmitância térmica, fachadas permeáveis à ventilação e com coberturas são desejáveis, portanto, incorporadas a itens do mobiliário. A otimização da produção e montagem permitida pela modularidade, a facilidade de manutenção, a sustentabilidade, a flexibilidade de uso e facilidade de alocação dos itens do mobiliário urbano em diversos pontos da cidade são algumas das características do projeto.”
Autora: Bárbara Faciola Pessoa Baleixe da Costa
Orientador: Paulo André Dantas Silva
Cidade: Belém – PA.
2º lugar: Proposta 02
“De acordo com a vasta necessidade da criação de um mobiliário urbano que atenda de maneira específica às demandas da cidade de Belém do Pará fora produzido como proposta para o MUB, três tipos de mobiliários urbanos: Banco Público, Totem informativo e Playground, os quais foram realizados a partir da identidade visual criada, dotada de traços regionais que estabelecem uma relação com a composição musical intitulada “Esse Rio é Minha Rua”, a fim de encapsular uma profunda conexão entre a população paraense e os rios que serpenteiam a rica geografia desta região. Refletindo uma verdadeira identidade cultural e um modo de vida entrelaçado aos cursos d’água que caracterizam o cenário paraense. Para que dessa forma, os mobiliários tenham uma conexão com o entorno, além de contar com materiais de fácil manutenção e resistentes a intempéries. O mobiliário urbano não deve ser apenas funcional, mas também um reflexo autêntico da rica identidade cultural de Belém. Cada peça projetada pode tornar-se uma expressão visual da história e tradições locais, promovendo um senso de pertencimento entre os habitantes.”
Autoras: Amanda Machado Bahia da Silva, Brena Lucimar Lima Silva e Giselle Fonseca Macedo
Orientador: Paulo André Dantas Silva
Cidade: Belém – PA.
3º lugar: Proposta 06
“Projetar mobiliário urbano para Belém envolve a consideração de desafios, nos quais o mobiliário deve se adaptar, abrangendo tanto questões climáticas quanto identitárias. Os desafios contemporâneos em Belém incluem a degradação do mobiliário urbano, a falta de manutenção e a ausência de técnicas locais. Em primeiro lugar, é essencial destacar que o ponto de partida é a identidade única da cidade. Belém, como capital, é permeada por diversas influências culturais, sejam elas europeias ou indígenas. O mobiliário desenvolvido, portanto, incorpora e integra essas influências culturais aos objetivos propostos. A escolha de materiais, como o alumínio em referência à arquitetura de ferro e a madeira que evoca as influências amazônicas, busca harmonizar os elementos. Além disso, o formato dos objetos remete a símbolos dos povos ancestrais, reforçando a singularidade da região. Ademais, é crucial fomentar o imaginário da sociedade contemporânea ao resgatar antigas lendas dos povos indígenas e símbolos característicos da sociedade belenense. Nesse contexto, o muiraquitã é incorporado ao design do mobiliário, destacando a relevância dos rios e introduzindo formas orgânicas à composição do mobiliário. Belém preserva uma marcante influência da arquitetura vernacular, tornando essencial a integração dessas técnicas no mobiliário contemporâneo. Isso assegura não apenas funcionalidade e durabilidade, mas também facilidade de manutenção, contribuindo para que o mobiliário proposto incorpore de maneira significativa a rica cultura paraense.”
Autores: Arthur Botelho Correa e Isan da Silva Vale Neto
Orientador: Silvana Lima da Costa
Cidade: Belém – PA.
Arquivos do Concurso:
Retificações e Erratas
Anexos do edital:
I – Termo de Referência;
II – Termo de Cessão de Direitos Patrimoniais;
III – Ficha Técnica;
IV – Declaração de Responsabilidade;
V – Declaração de Participação na Equipe;
VI – Pranchas de Apresentação.
O Laboratório da Cidade é uma organização sem fins lucrativos que atua, desde 2017, com projetos focados em pensar cidades mais sustentáveis, democráticas e resilientes. Situado em uma metrópole da Amazônia (Belém-Pa), trata-se de uma fábrica de ideias e práticas (Think & Do Tank) para repensar e propor transformações no espaço urbano a partir da participação e colaboração.
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