As cidades são organismos vivos, mas também são, como nos lembra Ailton Krenak, ruínas da floresta. Elas carregam a memória do que foram e o desafio de se reinventar frente às crises climáticas. No centro dessa dinâmica, a adaptação climática emerge como um imperativo para garantir a resiliência urbana em um planeta em transformação. O 4º Encontro Cidades da Amazônia e do Brasil nasce como um espaço de trocas e inovação, onde diferentes perspectivas se unem para traçar caminhos que respondam aos desafios do presente e projetem um amanhã mais justo e habitável.

Este ano, Belém, cidade que sediará a COP30, recebe mais uma edição do evento, consolidando-se como um polo estratégico para o debate global sobre adaptação. Através de mesas de diálogo, oficinas, debates e trocas de experiências, reuniremos especialistas, gestores públicos, sociedade civil e atores da academia para fortalecer o repertório sobre adaptação climática no Brasil.

A edição de 2025 do Encontro tem um foco central: a adaptação das cidades às mudanças climáticas. Compreendemos que a construção de soluções eficazes passa pelo reconhecimento da pluralidade de saberes e realidades que compõem os territórios urbanos. Para nós, a adaptação climática não se limita a obras de infraestrutura e planos técnicos, mas também deve considerar saberes ancestrais, soluções baseadas na natureza e práticas de convivência em harmonia com os ecossistemas. Além disso, é fundamental enfrentar o racismo ambiental e os desafios da reparação climática, garantindo que a adaptação não reforce desigualdades históricas, mas contribua para a justiça e equidade.